ANÁFORAS DE UM SENSÍVEL.

Irônico,

Mas sou o maior dos eufemistas.

Todo meu discurso é deformado;

Forma despropositada de não dizer

Aquilo que deveras queria ter dito.

Refiro-me a educação adjacente a todo

Sensível que se faz elegantemente

Displicente.

O desejante querer não querer,

Se mistura com uma decisão perpétua

De não sucumbir a decisão nenhuma.

A fronteira do outro não pode ser atingida

Sem que haja uma perda do quase-si

Que sempre teme e anseia,

Sem agir.

Fugir da vida é pretender não sentir

o que já sente por fingimento.

A tensão devia demolir tais mundos,

Que colidem, sem finalmente, se atingir.

Mas a vida que dá voltas, ressoa como

Caso de amores floridos; sazonais.

E a primavera sempre colore

O que nunca teve cor-po.

Nunca é como deveria ter sido.

Pois nada é como a vida é,

Só em filmes permanecemos calados;

Assistindo.

Sinceramente,

É melhor outra oportunidade

Para falar

O que aqui não foi dito,

Dela.

Hernâni Arriscado - Anáforas de um Sensível

Hernán I de Ariscadian
Enviado por Hernán I de Ariscadian em 02/06/2016
Reeditado em 02/11/2019
Código do texto: T5654467
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.