Exultação Lirica
À patria dos risos voemos
E nossos cânticos alcemos
As praias umedecidas de langor;
Todo coração tem asas
E dorme do azul nas casas
No ninho de fervido amor.
O infinito dos suspiros
Pousados na catedral de lírios
Deque se diz:o coração
Exaltemos inebriados
Errando em prados constelados
Pelos lampejos da emoção.
E a guisa de mais amores
Da boemia nos ardores
Vivamos em noites sem fim
Que a lua,essa deusa de prata
O palor do roupão desata
No firmamento de cetim.
Olhai...basta um pensamento
Para inundar cada momento
De luz, de ternura,de frescor...
Qual numa tarde napolitana
Sorramos a tudo que emana
O instante lírico da flor.
Mas não basta ter desmaios:
O afeto em fulgidos raios
Pede mais...pede lírios e ardor!
Não basta ter prazer nos olhos
Se do beijo os vastos molhos
Não colore o espaço de amor.
Já que o universo encanta
Ao coração que ama e canta;
Mais canções, e mais amor...
Mais risos dourando afronte!
Mais hinos no horizonte!
Nos anelos mais fervor!
Como a tarde que transborda
Paixões...e faz corda a corda
A harpa do peito acordar,
Nas escalas de harmonias
Em frêmitos e alegrias
Ensolaremos o verbo amar.
E se em horas de desvelo
Fremires de amor, revelo
Musa,meus segredos de luz!
Então,duas asas de uma mesma ave
No voo audaz,suave
Verás como o mundo reluz.
Vamos...já o tempo não espera
Eia!Alem dessa luzente esfera
Há paraísos que trilhar!...
Na vida basta ter um canto,
Na alma basta ter um manto
De amoroso bordar.