MOMENTO AO CELULAR

O tempo fechou lá fora

A escuridão domina os céus

Numa tarde qualquer de verão

A cidade continua imóvel

Trovões ainda não se manifestaram

Estou ao celular por alguns minutos

Falo com meu amor distante

Corro pra fechar as janelas

A chuva cai repentina nos telhados

Sinto o cheiro inconfundível dela na terra quente

Sensação agradável que lembra os tempos de criança

Ao longe alguns raios se manifestam impávidos

Continuo ao celular e narro algumas situações

Os ventos agora conduzem a chuva para mais longe

Folhas se soltam e alguns galhos se quebram

Meu amor chama do outro lado pelo celular

Expõe desejos realizados no ultimo encontro

A chuva embora branda mostra-se arrogante

Quero apreciar a natureza

Meu amor reclama por atenção

Volto ao quarto e ao deitar suavizo a voz

Falo baixinho demonstrando carinho

Ela escuta com atenção e desejo

Relembro minuciosamente da ultima vez

Ela retribui com som de uma voz de mulher amadurecida

Desvendando caminhos de desordem na pele enfurecida

Tento controlar minhas emoções e não consigo

Acompanho tenaz a voz e o furor da amante desvairada

Sob a chuva miúda reflito inerte e soberbo o momento desse amor

Nadylson Marcelino
Enviado por Nadylson Marcelino em 28/05/2016
Código do texto: T5649813
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