Um Homo Amor

O estranho se aproximava atrevidamente

O olhar se esquivava nada querendo dizer

Trazia o desejo inevitável daquele amor

Testava a fraca resistência ainda persistente

Todos pensariam o pior eu tinha certeza

A distância entre o desejo e o pensamento

O desejo inabalável tornava inútil a clareza

A alma já estava toda envolvida em devaneio

Diziam ser obscenidade, queriam oculto tal amor

Queriam feio o mais belo sentimento nascido em mim

Falavam de pecado e de condenável imoralidade

Desejavam a morte a flor que brotava em meu jardim

Pisoteavam minhas flores em meu belo jardim

Não queriam que nada mais nascesse ali

O deixaram feio e sem a vida das rosas

Queriam a fonte do meu desejo morta

Então a chuva forte e insistente da vida

Fez renascer aquele jardim de amor

As sementes mais fortes e resistentes

Insistiram em germinar com beleza e força

Deslumbrante, mágico e magnífico

Ali estava com seus espinhos e brotos

Até que algum pássaro ali pousasse

E seu ninho desse vida àquele jardim

Então seu beijo fez tudo perder sentido

Preocupações e meus insistentes medos

Suas mãos me seguravam diante do abismo

E seu desejo era o remédio para toda dor

* Este poema é um pedido desculpa a todas as vítimas do machismo: mulheres, homossexuais, transeuxuais, bissexuais e todos que não tem a sua forma de amar respeitada e reconhecida.

Nos desculpe por nossa arrogância, por acharmos que somos donos das pessoas, dos seus desejos e de suas sensibilidades. Nos desculpe por nossa violência e pelo ser monstruoso que nos achamos no direito de ser contra tudo o que nos contraria e escapa do nosso poder.

Wendel Alves Damasceno
Enviado por Wendel Alves Damasceno em 27/05/2016
Código do texto: T5649192
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