Um Homo Amor
O estranho se aproximava atrevidamente
O olhar se esquivava nada querendo dizer
Trazia o desejo inevitável daquele amor
Testava a fraca resistência ainda persistente
Todos pensariam o pior eu tinha certeza
A distância entre o desejo e o pensamento
O desejo inabalável tornava inútil a clareza
A alma já estava toda envolvida em devaneio
Diziam ser obscenidade, queriam oculto tal amor
Queriam feio o mais belo sentimento nascido em mim
Falavam de pecado e de condenável imoralidade
Desejavam a morte a flor que brotava em meu jardim
Pisoteavam minhas flores em meu belo jardim
Não queriam que nada mais nascesse ali
O deixaram feio e sem a vida das rosas
Queriam a fonte do meu desejo morta
Então a chuva forte e insistente da vida
Fez renascer aquele jardim de amor
As sementes mais fortes e resistentes
Insistiram em germinar com beleza e força
Deslumbrante, mágico e magnífico
Ali estava com seus espinhos e brotos
Até que algum pássaro ali pousasse
E seu ninho desse vida àquele jardim
Então seu beijo fez tudo perder sentido
Preocupações e meus insistentes medos
Suas mãos me seguravam diante do abismo
E seu desejo era o remédio para toda dor
* Este poema é um pedido desculpa a todas as vítimas do machismo: mulheres, homossexuais, transeuxuais, bissexuais e todos que não tem a sua forma de amar respeitada e reconhecida.
Nos desculpe por nossa arrogância, por acharmos que somos donos das pessoas, dos seus desejos e de suas sensibilidades. Nos desculpe por nossa violência e pelo ser monstruoso que nos achamos no direito de ser contra tudo o que nos contraria e escapa do nosso poder.