NO BAR EM QUE O TEMPO MATOU O AMOR (ALMIR PRADO)
Andando pela noite chuvosa
Vi a esperança sentada na sarjeta
A solidão andava sem pressa pela rua
As luzes dançavam no bulevar
Deixava minhas pegadas pelo caminho
e o acaso guiava minha direção
A ocasião anunciava a felicidade por um preço popular
Peguei uma cerveja e um stanheguer e me sentei
Vi a lembrança colocar uma moeda no jukebox
Tocou aquele velho hard rock para corações partidos
I Remember You,do Skid Row no volume máximo
A promessa estava bêbada andando a esmo
A inocência tinha se vendido por algumas moedas
A alegria estava chorando com um copo na mão
A calma acendeu mais um cigarro
A segurança e o medo estavam sentados juntos
A timidez estava eufórica a dançar
O sonho estava no canto escuro e dividia um cigarro com o medo
A dúvida contava vantagens para a certeza que ria
A lembrança colocou mais uma moeda no jukebox
Miss You dos Rolling Stones
A lembrança estava provocando o Amor
Que estava na companhia da tristeza
A vida entrava e saia segurando as mão da incerteza
Foi nessa hora que a maldade entrou no bar
E cumprimentou com fervor o orgulho
Pagou uma rodada para todos e disse que ali estava seu melhor amigo
A ira se levantou e pediu um cigarro para a calma
O equilíbrio tropeçou e caiu, mas o preconceito deu a mão e o levantou
Por onde a vaidade ia , levava olhares e deixava seu cheiro
O ânimo estava cansado e decidiu partir
A inteligência só falava asneiras para o dono do bar
A inveja provocou uma briga com a sensatez
A honra se levantou mas foi segura pela sabedoria
A piedade deu o primeiro golpe no perdão que caiu
O engano comprou a briga e derrubou a piedade
O tempo correu em direção ao amor
E deu um tiro em seu coração . . .
A lembrança ainda colocou o último hard rock
Never say good bye do Bon Jovi
A polícia chegou ...
Mas o tempo se foi ...