No esvoaçar das saias negras
no ir e vir do tempo, triste descompasso
tu danças ante meus olhos
e tanto faz se é noite ou dia
danças a dança eterna d’Andaluzia.
 
Vejo-te deslizar pelas terras de Espanha
imaginadas no abraço que não te dou
És bela e doce como vinho proibido
dançarina das danças em que não sou.
 
Mas eu bem que seria teu par
fosse possível dizer-lhe deste fascínio calado
Flamenca, cujo nome guardo
sob o bater das castanholas apaixonadas...
 
Dance e nunca cesse
de reencantar o encanto semeado
pelas colinas de La Mancha
Pois amo-te em silêncio renovado
dança, pois, dança...