DIVINO

Ah! Vida, sobrevida, sobrevivência...

Teus portos são imensuráveis...

E eu teimoso sigo mais que censurável

Através das esquinas e das adjacências...

O fardo pode ser leve, mas teimosia pesa

E para quem não é alado, que usa dos pés

Pede mãos carinhosas em sutis cafunés

Para que seja sua mais segura e eficaz defesa...

Sou apenas vulto nas trilhas de longas estradas,

Carrego saudades embutidas em meu peito

E sei que da vida jamais fui sequer eleito

Para habitar e governar um seio de mulher amada...

Sigo entre as águas de formosa e gigantesca ilha

A pescar o alimento que me deixa longe da solidão,

Tampouco sei o que se passa dentro de um coração,

Pois o meu afogou-se dentre torvelinhos e armadilhas...

E a observar os voos das gaivotas em pleno ar

Espero ter em mim um dia o divino dom de voar!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 23/05/2016
Código do texto: T5644894
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