O AFERIDO DO MEU PEITO (VIRGEM UM FOGO ENCALIÇADO)

Alma de amor é dor,

Pois por sentimento indecente,

Entre o agricultor e a semente,

Desperta vida em solo lacrimejando,

Pois por muito ela me amando me faço vitalizado,

Sou o sentimento rude da flor,

Que perscrutado entre silêncios encontra o sagrado.

O amor é bruxa que fascina os irrealizados,

Do poema brega de paixões em tudo se faz,

Dentre o homem e a mulher uma fantasia,

Somente revive os beijos vorazes por um dia,

Ser amante é brigar com todo o mundo,

E ser nesta musa minha poesia um beijo nunca é vadio.

Espírito de corações naufragados,

Que por mim faz nadar e mais nada,

No oceano de frustrados, de um beijo enamorado,

Porque entre o aferido do peito,

Eu e tu sem medo aplacar as mesmas dores.

Oceano grande é o amor,

Que sendo relva verde nos põe a ruminar,

Delicias de coração lúdico a par,

Nos carinhos da alma por ti adorar,

Que sem o desejo do corpo por não pensar,

O mesmo órgão o sangue faz verter.

Alma é o coração do romântico,

Pois em si mesmo nos receios de medo,

Entre trevas um segredo velado,

Da virgem um fogo encaliçado,

Faz verter uma paixão brusca maltratada,

Que destrói as histórias de antigas inimizades.

O amor é rosa com cem espinhos,

Que machuca muitas meninas,

Que doravante mau caminho,

Arrebata os medos ínfimos,

Pobre destas fores solitária,

Ser mulher é habitar numa crisálida.

A paixão muito ensina,

Que a música do céu é o primeiro gemer,

Entre afagos de não mais solteiros,

Ser alvo da paixão é uma primavera,

Que por ser dois enamorados,

Existe um fim para os poetas exilados.

O amor de um homem e uma mulher,

Entre beijos que explodem nas células,

Ser adúltero é se arroubar pelo inferno,

Que nesta rima que não sei bem ao certo,

De segredos cantados por minha alma, sou um analfabeto.

Entre paixões aos umões,

Me faço rapaz apaixonado,

Que sendo eu sempre uma pobre vítima embasbacada,

Me perco no teu mel teu corpo suavizado,

Nada no amor ou na paixão é eterno,

Arroubos da juventude suicido-me de cantarolar.

Meu amor de olhos castanhos,

Que fascina e me seduz num sonho,

Ser amor é revogar os bem sagrados,

Por muito encrostado em mim no cerne enlaçado,

Faz revigorar as rimas desta solidão,

Ser amado entre as mulheres é o paraíso dos complexados.

O amor buscou na minha paixão tua razão,

Também eu me debruço entre a loucura e a prostração,

Ser bem-querido por mulheres é viver em perigo,

De gritos que machuca o espírito do aflito,

A paixão é uma rosa, e o poeta é um maldito,

A paixão galante não sei mais afãs,

Primou um favo adocicado,

Pois todo homem tem um pedaço do céu no leito alentado.