Alucinações do Amor
agora os lírios e narcisos
inundam meus pátios com o amarelo ouro
dos teus trajes de sábado
campos de bulbos infindos
não saciam meus olhos aguados
por um único Narciso, tão oculto,
tão amado, tão distraído!
espero seu frescor embalar-me,
seco sem que queiras aguar-me,
é que talvez, cega de tanto amor
esqueço que tu também és flor!
saio em busca dos teus cuidados,
melindrosa de errar algum passo
ainda assim, arrisco no escuro,
seguir o rastro do teu curso
agora sou a solitária flor
humanizada no teor irreparável
do platônico amor