Quando vejo teu sono

Quando vejo teu sono,

De mulher menina,

Que o quarto ilumina,

Com um sorriso discreto,

De quem se encontra

Em outras paragens,

Feliz, sem bagagens,

Desse mundo concreto...

Quando vejo teu sono

Me sinto tomado,

De amor assaltado,

Ah... teu espírito de luz,

Se chega e me invade,

Me envolve, me afaga,

Me inebriaga,

E também me seduz...

Quando vejo teu sono,

Me assaltam as lembranças

De jovens, crianças,

Na vida a sorrir.

No despertar do amor,

Se descobrem entre tantos,

Com fé nos encantos,

Do ditoso porvir...

Quando vejo teu sono,

Da mulher companheira,

Da mãe verdadeira,

Que sua vida oferece,

Em combate sem trégua,

Às adversidades,

De tão dura realidade,

Que nem pesadelo conhece...

Quando vejo teu sono,

E percebo a guerreira,

Aguerrida e prisioneira

De temores e incertezas,

Socorrida e socorrendo,

Armada e sem direção,

Procurando solução,

Vencendo fraquezas...

Quando vejo teu sono,

De mulher e amante,

Terna e constante,

Sinto Deus em assédio,

Em serena paz e amor.

Sei que está comigo,

E que fala comigo,

Por teu intermédio!