Ah, Maria!

Contemplo-te, bela e serena,

doce flor dos meus dias,

única no jardim da minha existência

que graça a vida teria sem ti, Maria?

Os beija-flores não viriam namorar as flores

Os dias custariam a passar

Intermináveis inda mais seriam as noites

que martirizariam este meu amar!

Ah, amada minha!

Por que diabos um dia terás que partir?

Olho para ti adormecida em meu braços,

entrelaçada a mim, no seio do meu regaço

E por um momento, me descuido desse pensar

vou me esquecendo o quão breve somos efêmeros

até adormecer em ti como o sol no fim da tarde

que vai morrendo no horizonte,

anunciando a noite que atravessa a cidade...

Mas tão logo acordo da cena

enquanto tu ainda dormes, leve e serena

ao mesmo tempo em que me acalmas

minh'alma com isto se atormenta:

Ah, Maria!

Dói-me saber que um dia partirás

Mas a mesma morte que me incapacita

é também quem intensifica

por ti este meu amar!

Via Poética
Enviado por Via Poética em 19/05/2016
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