Traços de um Dom
Som ou Dom, gostaria de compor, sussurro palavras no escuro dissabor.
Palavras que vem à mente, tão só, magia que se desprende no timbre de uma voz.
Acordes silenciosos de uma orquestra irreverente.
Cético ou patético, sou mesmo diferente.
Transformo dor em sabor, disfarço a tristeza em um simples dispor.
Traço rotas divergentes, para lá ou para cá, seja para onde for.
Faço riscos em rabiscos, sorte a minha se for timbrado, a tinta será a mesma, sou eu que escolho o lado.
Componho o Dom ausente em prazeres moderados, sou livre no acaso, incoerente me preparo.
Conheço as lágrimas da tristeza, tanto quanto as do amor, sou a chama que não queima, a alma no deleite em um humilde compor.
Não seja contundente, teu espírito reclama tudo o que te faz presente, seja sincero ao mentir no engano de quem tu ama.