Gente que Nem a Gente
Eu não entendo
o que você quer que eu entenda!
Chegas de mansinho, acaricia-me o pelo do ego...
E nada negas!
Eu, completamente entregue na minha entrega,
excitada com a novidade da tua energia,
amarrada na ideia de poder exercer o ofício do amor
que jamais desconsidera,
a tudo compreende no ser amado
e por não enxergar maldade no exagero,
o venera.
Vens como um soco!
E tudo o que entendo
É que na maciez dos teus mimos
havia a natureza mais íntima do medo!
Aquela que golpeia sem deixar-se perceber,
e qualquer semelhança que a delate,
acusa-te de que não passa de tremendo desespero em a perder.
A culpa por enxergar além da perfeição e ainda amar-te perfeita.
É minha.
Mas não é meu este ser que o teu amor considera.
Sem prejuízo, nem dúvidas...
Excelente criatura,
Anjo que jamais se rebela com seu Deus,
criado milimetricamente, perfeito à tua vontade...
Este eu
Não sou Eu.
Eu não entendo,
e pouco faço questão de ver sentido
em tudo isso que se dosa por medo de sentir demais.
Não entendo como é fácil mentir pra si mesmo
tão descaradamente,
e não entender por que é que o outro mente.
Eu não me entendo!
Entretanto, também não lhe entendo...
E muito menos o que é que essa gente toda quer
que a gente entenda.
Eu só...
Amo.