DOCE DESPERTAR
Um vento sufocante sacudia
Minha alma devassada pela dor.
Onde estás meu querido? Arde-me o ser...
Por ti embalde clamo, meu amor!
Por que tardas? Apaga esta saudade.
Um grito impaciente no infinito
Se eleva. Só a voz triste dos lêmures
Ouço. Sangra-me o peito frio e aflito.
Paira, agora, um silêncio adormecido,
Triste e quedo. Entre os rubros tons o dia
Expirava, e ofegante vinha a noite.
Muito ao longe a tormenta indócil ria.
Por que me deixas frágil e infeliz?
Esse sofrer atroz já não tem cura.
As lágrimas gotejam de meus olhos,
Meu coração vagueia e te procura.
Sinto a tépida luz do sol beijar-me.
Minhas pálpebras úmidas, enfim,
Abrem-se. Vejo teu cálido olhar.
Com doçura te aninhas junto a mim.
Foi-se a escuridão. Vem o alumbramento.
Finalmente acordei, foi só um sonho.
Tua presença brilha como luz,
Meu coração feliz pulsa risonho!
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OBRIGADA POETA IRINEU GOMES
Se é doce despertar
Ao lado do seu amado
É o mesmo que encontrar
O que era procurado.