BOM DIA, GIRASSOL AMARELO
O dia amanheceu igual àquele
engolido pela noite de ontem,
que dia é hoje,
onde estamos,
para onde foram os sonhos
e a euforia da última paixão
inesquecível?
Assim como os dias
repetidos são novos
também sou poema
reescrito pr’olhar
deitado no papel
à tua espera
no alvorecer
lácteo e rosa
sou lei, sou tua
leitura vertida.
Então, venha,
releia-me sem fazer caso
ao leo, sonha sobre mim teu sonho
sonho bobo de menino bobo e feliz.
O amor amanhece, teria dormido no teu colo...?
O amor só chega quando não é esperado,
de mansinho ocupa inusitados lugares,
se apropria como raiz de planta, ultrapassa o vaso
na quietude sobrepuja acorda o sentido para o dia
para o mesmo poema reescrito
e faz esquecer as horas, os dias
soergue a doce paixão da fúria.
Bem, leia-me e me evoque
que me disperso, desperto
por ti sou girassol amarelo
eu gira em torno, és sol elo
o bom do novo poema dia.
O que jamais retorna está
novo de novo, tudo guardo.
O amor verto em poesia
no meu teu corpo
ao ler-mo-nos
juntos aqui.
Antônio B.