despiciente desejo...

nasce inconsequentemente pensado

difuso desejo da carne

ainda que me sobrem palavras, presas no beiço

talvez como arte caia em desprezo

sangue que me ferve no peito!

fora de ti, um mundo

em ti não és nada, mas um tudo

no desejo, um pomar florido,

odor de fruta madura

vontade sem cura

rios, transportam folhas

secas de um ontem, auspicioso

e os morangos aquecem solitariamente

sob a gelada mesa de mármore

o desejo da carne que te consome!

não há letras, versos,

que aplaquem a miséria dos minutos

prendes olhar numa porta fechada,

trancada, na velada esperança

que o cheiro dos campos

inunde o quarto, -ou apenas o teu cheiro

doce, intenso, do suor escorrido

de um orgasmo desejado

na fresca agua da ribeira

que te molha os pés!

não há mistério,

apenas um desejo,

que seja o amor que te traga,

atravessando pontes e campos

flores no regaço, cavalos brancos

que no fim… suado digas sim

permanentemente permaneço

para sempre até um fim…

Alberto Cuddel
Enviado por Alberto Cuddel em 13/05/2016
Código do texto: T5634190
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