De mim

Desfolhou-se a tarde no meu olhar

Inverneira, cinzenta, suicida paixão

O sol que me acalentava do coração

Havia morrido ali, bem longe de ti!

No teu amar não existo, apenas existes em mim

Não te compadeças das quimeras, apenas por fim

Dos beijos que morreram no desejo dos teus lábios

Olha as estrelas, videntes, cartomantes e sábios

De mim, tudo na transparência certa do ser pleno

Perguntas e certezas inscritas na perpétua areia

Lavradas e gravadas em ondas de um mar sereno

No brilho do orvalho matutino, noite de lua cheia!

Encontrei-me ao amar-te,

No espelho dos dias, vejo-te,

Não me encontro, ali, na solidão,

Para me ver, olho-te no doce olhar,

E nesse mar, onde habita a paixão,

Encontro-me, descobrindo o ato de amar!

Alberto Cuddel
Enviado por Alberto Cuddel em 11/05/2016
Código do texto: T5632264
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