Amor Bandido
Invejo os barcos que se afastam
Do cais do porto mar a fora
Seguindo ondas nunca vistas
Deslancham, desapegam, vão embora.
Quisera eu desancorar
De tantas coisas, tantas faces
E partir sem rumo, sem radar
Sem saudades, sem enlaces.
Mas Sinto-me cativo do amor
Por vontade do Eu mais profundo
Transbordando em fel, dissabor...
Apesar da dor, por amor, ganho um mundo!
Um mundo todo meu e seu
Desenhado por nós e colorido
Com cores jocosas tingindo o breu
Onde meu olhar rouba o teu, amor bandido.
Inconsequente quem ama por querer
Escolhe dependência à liberdade
Mas nada se ganha sem algo perder
Fundem-se dois corpos em intimidade
O amor é um brinde à loucura sem cura
Um caminho estreito de fim desconhecido
Que de nada, contudo, faria sentido
Se não amasse teu beijo, indizível doçura