O AMOR E O MUNDO
À noite,
longe do marulho
das ondas e da mouca sinfonia
das estrelas,
os dois amantes
se acariciam egocêntrica e libidinosamente
(em incontidos desejos),
sem nenhuma harmonia
nos sons.
Ao amanhecer,
contraditoriamente, cada um toma
novo caminho
(violando os silêncios
das causalidades e das possibilidades
sem explicação),
como que se vissem
azuis céus iguais (povoados
de novas asas)
a serem conquistados
com esplendes ilusões e voláteis
palavras.