CADENTE

Foram tantas as tentativas quantas as estrelas que no céu brilhavam,

Através do véu dos mistérios que a humanidade não revelou,

Frustrações que não tinham fim, era como uma cadente caindo para a morte.

Quando observamos as estrelas aqui de baixo, elas parecem se encontrar no negro céu da noite,

Mas são meras aparências, pois estão distantes umas das outras, perdidas no silencioso infinito.

Por quantas vezes me senti assim, era um universo de gente que parecia se abraçar,

Mas estavam distantes, acompanhadas tão somente de suas solidões,

E no desenrolar do tempo o brilho de muitas se apagaram em depressões,

Todas pareciam voar a procura da felicidade, mas na realidade a maioria eram lançadas por ventos sem direção,

E eu fui assim por quase uma vida, cadente e sem orgulho neste falso brilhante.

Mas foi perdida e caindo cada vez mais que esta cadente encontrou o caminho,

E já não importava mais a imensidão do céu ou quantas estrelas nele brilhavam,

Pouco a pouco o fim se revelou um recomeço,

E hoje essas são apenas memórias de alguém que foi cadente, mas que encontrou um abraço na escuridão,

E no universo de estrelas solitárias, o amor acendeu em minha direção.

Leonardo Guimarães Rosa
Enviado por Leonardo Guimarães Rosa em 04/05/2016
Código do texto: T5625506
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