À Ela

Toda vez que olho

Em seus olhos escuros,

Vejo toda a poesia que

O universo escreveu sem letras.

Todas as vezes em que

Te abraço espontaneamente,

Mostro meu corpo sem vergonha

E desprovido da armadura que

Devemos todos envergar.

Toda vez que me entrego

À sua natureza única,

Sinto toda a bondade

Da Deusa e todo o poder

Que dela emana suave.

Toda vez que busco por ti,

É porque sei que só através

Da sua existência, é que

Conheço a paz que os

Homens tanto buscam.

Quando caminho despreocupado

À beira do precipício, como

Faz O Louco, é porque sei

Que ou você segurará minha mão

Ou porque estará lá embaixo

Esperando por mim.

Toda vez que fico em

Silêncio, é porque sei

Da incapacidade de verbalizar -

E da ausência de palavras -

O sentimento complexo e sincero

Que de mim irradia em sua direção.

Não se preocupe quando a minha

Poesia ficar silenciada por

Tanto tempo. Ela o faz por

Saber que, quando se manifestar,

Irá declara o que há de mais

Profundo e honesto em mim.

Não há palavra ou poesia

Que diga mais do que

O fio vermelho que nos liga.