À REBOQUE
Vivo a reboque, vagueio pelo mar da vida
Não semeio amor no coração de ninguém
A vida é alugada, nada é meu, nem o tempo
A falta de um amor me endurece, me faz refém
Tomo hoje mais um dia emprestado
Alugo as ilusões nos bares da esquina
Ando pelos becos, nunca sou notado,
Minha fé não clareia e nada me ensina
A tempestade cessou, olho para o universo
Trafego pelos sonhos que nunca realizei
Não sei se o fruto do desejo ainda vive em mim
Ou se vive em mim apenas o que eu já desejei
Um dia meus aluguéis não serão renovados
As estradas estarão fechadas, eu bem sei
Alimenta-me, as mãos das velhas lembranças
Dos amores que tive e das mulheres que amei!