À REBOQUE

Vivo a reboque, vagueio pelo mar da vida

Não semeio amor no coração de ninguém

A vida é alugada, nada é meu, nem o tempo

A falta de um amor me endurece, me faz refém

Tomo hoje mais um dia emprestado

Alugo as ilusões nos bares da esquina

Ando pelos becos, nunca sou notado,

Minha fé não clareia e nada me ensina

A tempestade cessou, olho para o universo

Trafego pelos sonhos que nunca realizei

Não sei se o fruto do desejo ainda vive em mim

Ou se vive em mim apenas o que eu já desejei

Um dia meus aluguéis não serão renovados

As estradas estarão fechadas, eu bem sei

Alimenta-me, as mãos das velhas lembranças

Dos amores que tive e das mulheres que amei!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 29/04/2016
Código do texto: T5620521
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