FOTOGRAFIA

Gravei nas memórias fotografadas

de um tempo remoto

como o retroceder da Aurora...

Imagens feitas no ilusionismo de uma era,

que era para ser fixadas

com pregos e transpassados de arames

amarrados na memória...

Fatos reprogramados outros deletados

esquecidos salvos no inconsciente

apenas novas imagens de presentes dias

em que tudo se desmorona...

Cai o acaso...

Que se existisse talvez fosse dádivas de outroras...

Que a qualquer hora

cobra sem rastejar e sem envenenar

os segundos de fatos e fotos esquecidas envelhecidas

nas estantes já sem instantes...

Que o melhor de tudo seria existir...

Mas o existir de grandes existências hoje sem consciências bate nas eras passadas...

Hoje até amarguradas...

Sem a doçura do amor

que cultivou esperança

meio ao desespero...

Viu o tempo correndo enquanto

andava atrás de quem amava

Sobre efeito de uma adrenalina

derramada como êxtase

no corpo que olhava

e via apenas um querendo ser dois...

Outrora partia em pedaços

como cacos de vidro estilhaçados ao chão

Meu pobre coração...

Circulava com diamantes reluzentes

o maior amor que pensou ter encontrado um dia

em meio a uma noite estrelada

no meio de tudo ou do nada...

Sonhando e fotografando

instantes despertados por motivos sem nexo,

mas que já havia anexado,

enviado ao maior dom do homem...

O amor...

Chegou sem perguntar

Instalou sem configurar

Agora como deletar

Mensagens já foram distribuídas

por uma fibra muito mais veloz que fibra ótica...

A fibra do amor

que passa mil é uma comunicação...

Entre o teu e o meu coração...

Estão gravadas memória de uma paixão

fotografadas para eternizar...

Você em mim...

Ledemir Bertagnoli

Poeta Paulista
Enviado por Poeta Paulista em 27/04/2016
Reeditado em 27/04/2016
Código do texto: T5618382
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