SIM, AINDA SOU MENINO
... em 16 anos,
forte no físico e no sonho,
a primeira namorada
ligou para minha casa, e eu nem sabia
de quem se tratava;
disse uns blla-blál-blós,
o suficiente para me embriagar.
Encontro marcado,
chorou dizendo a tempos me reparar
e silientemente me amar,
e como era linda,
pus-me imediatamente a sonhar.
E tudo foi intenso,
forte, como que pelo mundo inabalável,
e eu amei aquilo com uma desrazão
e uma sublimidade que espantaria
os anjos.
Um tempo depois,
me ligou para levá-la a um baile,
e, eu todo alegre, vesti minha melhor roupa
e, como ainda não trabalhava,
pedi a meu pai uma grana
emprestada.
Lembro-me do perfume
utilizados, um Stiletto e da alegria assentada
a um coração despreparado.
Quando cheguei,
não a econtrava no lugar marcado,
peguei uma cerveja e me pus
a caminhar,
fui ao segundo pavimento,
onde tocavam músicas românticas
e os namorados punham
a se amar.
Ao prumo da escada,
vi-a a um outro beijar, ela me viu também
e escondeu o rosto do peito
do cara.
Desci e bebi tanto
que não sei, só sei que me amanheci
dormindo numa praça.
Depois disso,
ela ligou, ligou, ligou,
pediu perdão e salientou que amava,
novamente com lágrimas
nos olhos.
Desde então
nunca mais consegui crer totalmente
em quem dizia
mamar;
e, não crendo,
quis o desumano, o amor incondicional
e a pertença enjaulada
que sempre
interpretavam como atitudes
e mesquinhezes de um baita puto
voador.