Queijo e Goiabada

Quiçá, seja, o hiato que nos separa,

Um mero tempero do que há de ser;

Qual o confeiteiro cioso que prepara,

Sabores, aromas a mescla mais cara,

Quando servido for, o bolo do prazer...

Ou, seja mais do mesmo, dura cerca,

onde convém manter essa distância;

sonho é mercador insano que merca,

d’um jeito louco que cada lado perca,

e faz acender assim, impossível ânsia...

Mas, arde isso com fogo que não vejo,

onde não te vejo pra manter o disfarce;

quem aproximaria goiabada com queijo,

sem que salivasse no miserável desejo,

tal qual, ver a quem ama, sem amar-se...

O “contentamento descontente” senti,

Você sabe quando, algum tempo atrás;

por pruridos morais me esgueirei, fugi,

sabendo que necessito ficar longe de ti,

pois, sei, que assim estou perto demais...