Ímpar

Meus dois sentidos espertos,

entendem até o que insinuas;

as pernas, por agora, inertes

vá saber as razões das duas!

Os dois olhos te veem ainda,

armazenaram os teus, dentro;

Solícita elegante, gostosa, linda,

o aro da beleza a pôs no centro...

Dois braços sonham co’o inverno,

esperando abertos teu desapego;

Propondo um abraço que, eterno

eternizará comigo, teu aconchego...

Meus dois ouvidos carentes de ti,

dormem esperando tua suave fala;

até mesmo o silêncio, quando aqui,

ouvirei sons pretéritos após amá-la...

A dois passos do paraíso, e teu colo,

ardo esperançoso, quase feliz, pois,

exceto pelo coração e seu voo solo,

vendo tantos pares, anseia pelo dois...