A LENDA OU ‘NÃO-SEI”
Ou “Eu posso, mas sem jugos severos e considerações absurdas"
... fui ao caminho
de lenda, bem de não sei
quem,
mas a imaginei
como uma mulher irresistível
em beleza e luz
(e reafirmo
que não sei sequer a serena cor
de sua pele e poesia):
vi uma estrela
à margem; ao ir apanhá-la,
ela se apagou;
vi uma flor
à margem; ao ir apanhá-la,
ela murchou;
tentei
fazer meu sonho e meu refúgio
com alguma canção
nua,
mas
um canário melhor
cantou.
Quando
ela, então me pediu
um poema de amor, foi naquele
mesmo ponto
de luz
que tive de plantar
minha cruz.