Por quê?

Ultimamente, estou usando roupa de domingo em plena segunda-feira e comprando poesias e sorrisos à prestação, por quê?

Por que vejo flores em qualquer estação?

Hoje em dia, distribuo primavera para qualquer transeunte que passa pela rua, e, para quem não passa também, por quê?

Por que acordo sonhando e sonho em sonho?

Desde de sempre, vivo saltando de verso em verso e pulando

de telhado em telhado da minha imaginação, por quê?

Por que o porquê, por quê?

Ultimamente, estou me arrumando ao deitar, para colher sonhos e sonhar até o sonho ser sonho do próprio sonho, por quê?

Por que olho a vida com olhos de poeta?

Hoje em dia, distribuo palavras chavões e rimas simples num cântico que todos entendem e, em coro, repetem, por quê?

Por que sem mais nem menos tudo ficou demais?

Desde sempre, vivo ouvindo o cântico da vida e assobiando para o mundo a melodia idílica de todos os amantes, por quê?

Por que o porquê, por quê?

Mário Paternostro