SENTIMENTOS PLATÔNICOS
Por que, às vezes, a vida é tão ingratra?
Reporto-me ao amor... maldito e eloquente
Que corrói as entranhas do ser...
Por que me deparei com tua imagem?
És o anjo que me devora... em pensamento!
Ah... Imensa distância nos separa,
Distância quilométrica e cronológica,
Distância que me deixa louco,
Distância que me faz sofrer!
Ah... Como gostaria de ter-me nos braços,
Agasalhar-te do frio em meu corpo quente,
Dar-te a luxúria que faz do ser humano tirano
De suas próprias ilusões...
És a beleza que me irradia,
És a luz do fundo do meu poço,
Mas enorme além-fronteiras é grande
Obstáculo que me separa de ti...
Depois que te conheci, amor em mim instalou-se,
Disse-me: Tu amas a inquietude de minh1alma
E eu te confortarei em sonhos...
Ah, sonhos quiméricos! Leva-me ao destino
De minha ousadia e dá-me a ventura
De saciar esta sede de amar que me enlouquece!
Vejo-te, ó ser amado do meu coração
A estampar-me tua beleza,
Beleza que me irradia, que me faz tremer as pernas
E ouvir de tua boca em fantasia
Que também me amas e me desejas!
Mera ilusão do meu pensar...
Fome daninha que faz renascer em mim
A felicidade há tanto esquecida...
Ah, quão maravilhosa é minha visão!
Quão fantástica é a doçura do teu corpo!
Quão inebriante é a suavidade dos teus lábios!
Quão libidinoso é teu sexo que me deixa... maluco!
Como gostaria de ser teu...
Como gostaria de poder dividir contigo minha vida
E obter de ti a comunhão divina do amor!
Sim, eu te amo, não sei como, não me perguntes...
Nada sei explicar, o amor chegou...
Rompeu as entranhas de meu âmago,
Abriu as porteiras do meu coração,
Instalou-se em meu íntimo sem pedir licença...
Que faço agora?
Que refúgio me aguarda?
Estou perdido em divagações...
Tremenda fome de amar... de doar,
De receber de ti as tuas mãos,
De afagar teus cabelos lindos,
De mergulhar, mesmo sem saber nadar
Nas ondas deste amor que devora...
Silêncio...
Eu te amo!
DE Ivan de Oliveira Melo