A mim me peço perdão
A mim me peço perdão.
“Cau apelido familiar para Carlos”
Perdão Cau!
Não saber-me compreender foi fatídico.
Embora seja parte de meu ser fragmentado,
na busca de meus sonhos imaginados,
perdi-me na tentativa de unir minhas migalhas.
Como as águas do rio que se avolumou,
ao longo do meu destino plácido –acapelado
que abriga retalhos de veleidades fantasiosas
caminho em busca do amor ou do termo.
Miserável, escorrego a vida no leito da gênese
sobre meus trapos, fatos que foram desfeitos.
Feitos ao fluir do tempo chegaram a derradeiro,
por ser certo, mas meu possessivo inaceitável.
Perdão Cau!
Pelo meu voraz amor, amar o amor pelo amor,
amor sentimento, amor afrodisíaco, corpóreo,
nem sempre perfeito, mas sempre aquentado.
O ser mulher me inebria abrasadoramente.
Pela minha sofreguidão pela amena serenidade,
flores e alamedas de uma pracinha ao por do sol,
beijos e olhos fechados para ver flores da alma.
A comoção, espectro do sonho, a mim destrói.
Continuar buscando o que não há mais por buscar,
que encontrar?
Utopicamente...
Encontrarei uma Iguape florida para devanear.
Certamente...
Encontrarei uma “Fatine” de preto a farfalhar.
A mim não me perdoo por tanto ter pretendido.
A mim não me perdoo por tanto ter amado.
Carlos Gritti
17.04.2 016