REGRESSO
Mais uma vez, evaporam-se as palavras
Como se fossem fumaça.
Mais uma vez o seio lateja
Entre a revolta e a desgraça.
Cala-se, no tempo, a boca suave
E abrem-se as cortinas da maldade.
É proibido pronunciar doces palavras
No templo da pervecidade!
Contorce-se o peito em dores atrozes,
Revira-se, em agonias, o espírito humilhado
Sem que saiba a que se agarrar.
Não há conformidade para o destino feroz,
Não há penalidade para o subjugado;
Apenas o frio que se sente no ar!