SAL E VIDA, SALIVA

Quis de frente, cara a cara

de igual para o espelho

quando quase no meu

o teu corpo já fosse eu.

Teu beijo é forte apelo

antes dele, sôfrego

te desejo inteiro.

Então me beija

e cala o que penso

inunda de silêncio

o tambor no peito.

É de beber na tua boca

que esqueço do mais,

esqueço que desejo é desordem

e encontro o silêncio e a paz

no teu abraço.

És diamante, faísca quando

apruma e me desenhas e

fazes do rascunho o melhor

esboço do que sou neste sonho.

Pulso no teu riso brilhante,

sou um risco no impenetrável da superfície.

O tanto molhado de sal e vida

inunda o mundo entre os teus braços.

Mergulho no rio do teu corpo

soergo adiamantado das águas,

homem renovado, novo homem.

Escorrem palavras sem ordem

de frente, cara a cara

é saliva de tua singularíssima pessoa.

São palavras sem ordem,

risco no impenetrável da superfície.

Antônio B.

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 13/04/2016
Reeditado em 13/04/2016
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