Fugaz
Ilusórias vindas do amor que não vem,
Quais nuvens esparsas em dia de sol;
ensejam um quê, de sombra também,
amainando calor da solitude que tem,
seu peixinho indefeso retido no anzol...
Digo, fugazes, voejadas dos devaneios,
Que saem d’onde dói, para onde arde;
Meio ardiloso de conjugar, dois meios,
Que podem se conectar, vãos anseios,
tenho que cair na real, cedo, ou tarde...
Truques quase fúteis de ferido amador,
Que grita em versos o que a boca cala;
só galhardia falsa, de um real sofredor,
que aperta a pedra pra disfarçar a dor,
enquanto faca esterilizada extrai a bala...
Mas, a vida tem mania de virar o vento,
E abrir as portas para o barrado no baile;
acreditando nisso, ares opostos aguento,
a ternura que tateia teclas no momento,
será toda tua, quando eu te ler em Braille...