Se soubesse por que amo,
Eu não saberia o que é o amor,
O amor é curioso, instigante,
Algo de novo todos os dias,
Algo de sempre a qualquer hora.
O amor é como o despertar,
Não dá prá saber como será o dia.
Mas mesmo que chova, ainda que chova muito,
O amor é dança e alegria.
E se houver sol, o amor é quente,
O amor é pele,
O amor é a gente.
Não me pergunte por que,
Aliás, não me pergunte os porquês,
Se eu os soubesse, estaria parado,
Esperando o amor chegar.
O amor não chega, é buscado,
Repleto de minúcias e detalhes,
Como um presente ainda não aberto,
Ou o perfume recém-descoberto,
Uma caixinha de música
Em que a bailarina não se cansar
De bailar diante do espelho.
O amor é mesma coisa,
Todos os dias, um trivial completo,
A sobremesa predileta,
A cobertura do sorvete.
Não me pergunte por que amo.
Não é tão simples assim,
Antes de mim
Tem a outra,
E outra sem mim,
É só uma, enfim.
Laços inconstantes,
Com necessários rompantes de alegria,
Um pouco de lágrimas transparentes
E a certeza de que tudo passa,
Menos o que se sente.
Não me pergunte por que amo,
O amor não foi criado, não foi plantado,
Não é resultado de nenhuma fórmula,
A não ser a ebulição da química dos corpos.
Corpos, que aos poucos se fundem,
E se confundem entre tantas pernas e tantos braços
Deitados numa mesma cama.
A gente sabe por que ama.
Então, não me pergunte por que,
Serei obrigado a dizer não sei
Para tudo aquilo que realmente sei,
Pois sei que o amor
É o aprendizado do dia-a-dia,
A natural correnteza da vida
Deixando-se levar leve
E à toa...
MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 12/04/2016
Código do texto: T5603372
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