Temporal

E la vem correndo solta

A procura de um amor

Veste o céu de cima a baixo

Como o caule veste a flor

E ela encontra seu amor

Ela arrasta o véu de lama

Cortante como a navalha

Leva embora aquele anseio

O tempo conserta a falha

E rasga o peito, estraçalha

Os dias viram moinhos

Os moinhos em anos vão

Curando a ferida dela

Leva a chuva tudo então

E cura a dor do coração

Caiu e molhou meu rosto

Gélida como a neve

O choro do céu de luto

Implora que o vento a leve

Para longe onde nunca esteve.

Teresina, 12.04.16.

Marta Santana e João Vitor Araújo
Enviado por Marta Santana em 12/04/2016
Reeditado em 25/03/2024
Código do texto: T5603327
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