Sonhos de Amor
SONHOS DE AMOR
Tudo eram sonhos de amor
Em uma infância desamparada,
Famélica, conturbada, angustiada,
Aflita, triste e desencontrada.
Tudo eram sonhos de amor,
Naquela vida carente
Em calcadas e monturos,
Praças e ruas escuras.
Tudo eram sonhos de amor,
Naqueles dias tão magoados
De infância em orfandade,
e de jugo e fardo pesados.
Tudo eram sonhos de amor,
Naquela criança enfermiçada,
Soçobrando num viver desventurado,
Ardendo em angustias não afagadas...
Tudo eram sonhos de amor
De uma criança sem rumo,
Perambulando pelo mundo
Num abismo muito profundo.
Tudo eram sonhos de amor
Na vida de quem peregrinou
Pelos caminhos sentindo dor,
Alheio ao que tanto sonhou...
Tudo eram sonhos de amor,
Naquela criança quão terna,
Sem carinho, sem uma palavra amorosa,
Esperando da vida muitas glorias...
Tudo eram sonhos de amor,
Naquela guerra constante...
Em exaspero, lagrimas e gritos de dor,
Sob chicotadas que o mundo lhe aplicou.
Tudo eram sonhos de amor
Numa esperança bombardeada
A vaguear sobre escolhos,
Vicissitudes e necessidades...
Tudo eram sonhos de amor,
Naquele ardente calvário,
Sem medico, sem ser medicada,
Sem cobertor, roupa, calçado.
Tudo eram sonhos de amor
Porem, jamais amparados!...
Pois, aquele menino não amou!
E se amou, nunca foi amado!!
Djalma Pereira Guedes