Inconfesso
Desejaria ter mais coragem
De gritar este desejo, defeso
Não por parecer uma miragem
Pois é de afeto, na alma adeso
Tem cor, cheiro, nome, aragem
Queria ter está loucura sana
Destrancar tal segredo, se é
Dizer que corrói com gana
Declarar ao mundo a boa-fé
Sem ter que levar carraspana
E assim, poder estar nos braços
Abraços, beijos, recitar um verso
Ter vontade e se fazer em laços
Sem que tenha que ser averso
No zelo ser todo, e não pedaços
De um amor inconfesso!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Abril de 2016 – Cerrado goiano