O FIM DE TUDO
Houve-nos uma morte
na grande insanidade de nossas ilusões,
esperanças e chuvas
de outrora;
há-nos outra morte
na insensatez das palavras e dos atos
contracenados aos teatros
de agora;
haver-nos-á outras ainda
(porvindouras) que aguardam apenas a anestesia
dos sentidos, para se fazerem
no laivo vigor da hora;
porque nenhum tempo
– e nada, absolutamente nada que haja
aos caminhos: nem os cantos
e encantos dos mais belos
passarinhos –
é culpado de como escolhemos
nos escorrer (retendo segredos que matam)
com asas, tochas e incensos
gradientes
por entre miragens vãs,
concupiscências vadias e insânias bipolares,
sempre rumo a quedas, precipícios
e túmulos alagados.