Orós
De tanto abominar a mentira
Despertei-me na veracidade
De tanto falar no contexto
Vivi a pretexto à luz da mocidade.
Horrores eu ouvi dos amores findados
Ao tentar recompô-los faltou-me talento
Porém, ninguém se perdeu no anonimato
A despeito do bom e mau pensamento.
No fulgor do instante apanhei da vida
Resisti a tudo que me foi imposto
Perseverante e cheio de bondade
Na verdade encontrei contentamento.
Valsa bailando ao vento, veladas vozes
No abismo tentaram me atirar
Não conseguiram porque no sonho
Olhando no rosto aprendi te amar.
O pássaro voava, o verde sorria.
A sombra o campo manchava
Na cachoeira silenciosa a água caia
E meu coração de esperança se sustentava.