AMANTES
Durmam, amantes! O sol se põe
E a lua está cinzenta... Chove!
O mar parece pálido... É dote
Das procelas lisas, sem tostões...
Sonhem, amantes! Noite longa
E o frio é a catarse dos pecados,
Na madrugada o orvalho é regalo
De casais em que o amor ribomba...
Despertem, amantes! Vejam, é dia!
Leve brisa traz carinho e melancolia
Sob os lençõis úmidos de sangue...
Abracem-se, amantes! beijem o ritual
Dos lábios que esmeram o doce, igual
Prazer de uma mesma e sutil langue!
DE Ivan de Oliveira Melo