EVA GUILHERMINA
Eva Guilhermina...,
A flor de cerejeira desabrochou o amor,
Ela que antes era tenra flor,
A virgenzinha chora porque passou na faculdade,
E os estudos começam na primavera,
Choveu hoje à tarde e esses orvalhos do céu desenharam um sonho,
A virgenzinha medita no silêncio do carvalho,
Pois o outono na alma de uma mulher é eterno,
Porquanto a verdade é simples no sorriso das flores,
Ela gosta de um alguém, mas esse alguém é proibido,
O amor quando nasce cria oceanos de imaginações adolescente,
Na vida a virgenzinha é sozinha e só lhe resta os estudos, e os carinhos da mãe, que, brandamente, faz elevar a alma a sorte do respingo doce do paraíso,
Meu amor eu tenho que partir,
A faculdade me chama,
Os estudos me acalmam,
E as primaveras da estação da paixão do teu espírito...,
E as primaveras da graça do desejo do teu gozo...,
E as primaveras da alegria de um adeus no coração dos anjos...,
Minha virgenzinha reza o terço da felicidade,
Pobre e tão rica virgenzinha da poesia inefável,
Tão bela..., tão calada..., tão nobre..., tão liberta...,
Estamos no equinócio e a estrela polar sumiu das crisalidas de mel,
O céu está nublado,
Chove eternamente,
Gotículas de tolos,
Gritos de fanáticos,
E ela vai voltar para a faculdade,
Ela é a virgenzinha de fascínio e sempre, sempre a alegria brotará as maçãs,
Queira os anjos tocar no teu casamento, saiba que os amores sempre serão traiçoeiros, e nada é mais poderoso que um beijo num sorriso,
Virgenzinha..., virgenzinha..., eu sou um homem tão feliz,
Minha felicidade é saber que você é obra perfeita de Deus,
Humana mulher, humano ser, humano anjo, humana celeste,
As estrelas do natal jamais se apagarão eu te juro...,
Eu te oferto rosas e orquídeas e essas lágrimas não serão lembradas com pesar na formatura, minha querida, você será uma entidade em meio as pérolas e safiras, um anjo que tem sua habitação no ouro e na prata,
Meu amor eu te aguardo na faculdade..., na praça da matriz a rezar um salmo de David em meio aos sonhos judaicos da cabala...,
..., tu serás meu ensejo de pranto, e paz..., e paz..., e tão boa paz..., paz e nada mais..., minha galante, meu céu, meu Serafim místico..., minha...,
Minha musa da Bíblia,
Deus é nossa causa nívea do coração,
Do orvalho a escorrer lento...,
O mundo se fez minha terra,
Minha terra de um sol imortal,
De um sol generoso,
Pois esse mesmo sol é tua alma, tua alma que buscava ouvir a voz do passado, esse mesmo passado que aplaca os covardes e destrói os valentes, esse sol um dia será o melhor poema do zeloso analfabeto de inspiração profunda, que nas letras tão amigas, dele, ser sábio cheio de velhice, encontrou uma porta a nos chamar..., deuses em involução.
O amor tem um nome, e esse amor renegou uma identidade entre as criaturas cheias de preconceitos..., mas fartas de esperança.
O amor é o chão que pisamos sem sermos tragados por ele, nós, seres cheios de orgulho, mas tão carentes de sustentação (...)