Juramento…

No tempo do nada,

Vi sem que te olhasse,

No tempo do tudo,

Vi sem que me apaixonasse,

Ganhei o teu tempo,

Sem que me amasse!

Depositei-me no amago da tua alma,

Entreguei-me, completo assim vivalma,

Osculei sorvendo o mel dos teus lábios,

Perscrutei o universo, li os alfarrábios,

Descobri amar em mim um outro eu,

Em mim encontrei um tu apenas meu!

Recolhi-me em mim, castrei-me, esperei,

Fiz-me em ti, sentido do celibato dado,

Nas juras gravadas, dadas, todo entreguei,

Selado, no ser, no coração, consumado!

Fielmente imune, ninfas e musas,

Rondam, revolvem as águas, naufrago?

Jamais, me deleitarei, sedutoras Nereidas,

Sedutoras irmãs de Tétis, não antes surdo,

Fechados que foram os olhos, antes mudo!

Elevo-me no sopro do sono, -olho-te

Recordando apenas em mim,

A parte de ti que em mim carrego!

05 de abril 2016

Alberto Cuddel
Enviado por Alberto Cuddel em 05/04/2016
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