Sei que minha poesia não rima,
Não têm palavras difíceis
E sua métrica é desordenada.
Mas minha poesia não engana.
Quando digo que amo,
Minha poesia se entrega.
É a minha alma que mostro,
Longe de ser poética,
Apenas verdadeira,
Como as penas do pássaro
Que neste momento
Pousa no muro de minha casa.
Minha poesia é simples
Como a sinceridade de uma criança
Nela, quero mostrar o que sinto
Sem a necessidade de organizar as sílabas,
Sem medir palavras
Ou me preocupar com a consciência dos meus atos.
Minha poesia é um fato.
E vivo, mesmo sabendo que ela não me dará sustento,
Mesmo sabendo que a maiorias dos olhares
Estarão em outras folhas maquiadas
Com cores e desejos utópicos.
Eu amo.
Com a veemência dos juízes,
Condenei-me a amar.
E vivo aprisionado neste amor,
Que mais dor me causa, do que alegrias,
Mas não há escolha, quando o coração escolhe.
Minha poesia se envolve, toma conta da vida,
Uma vida que, certamente, não é só minha,
Amar é uma palavra que não anda sozinha.
Não tenho medo dos julgamentos fartos,
Sequer a maledicência dos incautos,
Que passam por mim, e por ela,
Como se não existisse beleza.
Mas a beleza existe,
Mesmo quando a tristeza se faz presente,
Aliás, tanto quanto a felicidade,
A tristeza é igualmente importante,
Ser triste é sentir saudade.
Saudade é uma presença que insiste em ser,
Mesmo não havendo presença.
Minha poesia não sabe soletrar os verbos,
Na correta disposição do tempo.
Felizmente, para o amor não existe tempo,
E eu ainda amo, do mesmo modo, a todo instante,
Como diz o meu amor, sempre, até quando distante.
Não é o platonismo fantasiado de ausência,
É o poder tocar a brisa, e sentir no ar a sua pele.
E ao saber que voar é possível,
Alçar o mais alto voo, entre os rochedos da eternidade,
Deixando o amor sob suas asas,
Protegendo-o deste mundo infiel.
É difícil colocar no papel um sonho palpável,
Principalmente quando não se consegue dormir,
Preciso estar de olhos abertos para quando ela voltar.
E minha poesia descomplicada
Estará pautada em nosso futuro.
O passarinho saiu de cima do muro,
Mas eu ainda acredito.
 
 

 
MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 04/04/2016
Reeditado em 29/05/2016
Código do texto: T5594994
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