UM AMOR PURO LXVIII

... seres cegos,
todos cegos como eu,

chicoteando-nos
com luzes avessas às recíprocas
costas,

plantando
semente nos já pesados fardos
das memórias,

esculpindo,
de nós mesmos, desnecessárias
honras e glórias,

refrescando
as mãos, as línguas e as genitálias
em outros corpos,

amando-nos
mais, bem mais, do que ao ser
que dizemos amar;

ai de nós,
passados, antepassados e porvires
com suas imensurabilidades
brotados ao ego;

se não fosse
um Deus,
bom e benevolente,
que nos superasse em todos
os estágios.
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 03/04/2016
Reeditado em 03/04/2016
Código do texto: T5593794
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