UM AMOR PURO XLVII
... claro que
ela é da vida, da morte
é que ainda não é,
a rosa,
falo da rosa,
da rosa dos ares e dos mares,
da rosa de agosto
dos outros pássaros,
a rosa,
aquela rosa que, de mão em mão,
roça as virilhas dos poetas e dos velhos
soberbos
que se separavam
em cômodos distintos, pela modo que pronunciavam
as palavras,
mas sempre
com o mesmo fim objetivado:
comer a rosa;
sim, falo da rosa,
caralho, da rosa dos cravos, dos anjos,
dos escravos, dos urubuzinhos
e dos velhos putos
punheteiros.