Traços
Esse espaço amplo entre nossas peles,
que faz a sede bem maior que o cantil,
os ardores idos, apenas enganos, reles,
novo ardor, pede que teu carro, atreles,
ao jugo do amor, onde nenhum é servil...
E esse amargar, por te dar coisas doces,
o aluno sôfrego, com boletim aprovado;
anseio de chegar em ti, como se fosses,
mãe, tutora para a qual, o pupilo trouxe,
a prova de quanto, ele tem se esforçado...
São traços do amor que nos riscam a via,
ao velho pote de ouro, o final do arco íris;
maturação forçada, de quem não resistia,
torcer pela maçã, contra o peso dos dias,
tê-la, enfim, madura, no dia em que vires...
Assim, dias duros, que verão o momento,
do desabrochar do amor pra nós, querida;
Serão o começo do fim, desse sofrimento,
Amor verdadeiro não sofre ação do tempo,
procrastinar amando, é desperdiçar a vida...