UM AMOR PURO XIV

... a nuvem morreu
numa noite calma e não nas chuvas
que tanto semeou

com suas luzes côncavas,
com seus julgos severos
ou com suas cobranças indevidas

como se eu
fosse um puto frequentador
de zonas e botecos
de esquinas;

e antes o fosse,
que ledo engano, a morte
se deu porque eu sou pior que
um cão

e jamais me esqueço
dos pisares dos anjos que me comungam
e comigo fodem,

enganando-me
com sublimidades e dádivas
impossíveis.

Quanto a ti,
Lilith, não é preciso nada,
porque já te fizeste por outros modos
tuas próprias quedas,

perdendo-te
em meio a leites transformados
em pastagens

e em luzes
apalavradas que sempre acabavam
em masturbações e gosadas,

com outros
camaradas (iguais a ti), que se diziam
da vida vítima, mas que não
passavam de frustrados
e fracassados.
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 31/03/2016
Reeditado em 31/03/2016
Código do texto: T5590798
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