UM AMOR PURO XIV
... a nuvem morreu
numa noite calma e não nas chuvas
que tanto semeou
com suas luzes côncavas,
com seus julgos severos
ou com suas cobranças indevidas
como se eu
fosse um puto frequentador
de zonas e botecos
de esquinas;
e antes o fosse,
que ledo engano, a morte
se deu porque eu sou pior que
um cão
e jamais me esqueço
dos pisares dos anjos que me comungam
e comigo fodem,
enganando-me
com sublimidades e dádivas
impossíveis.
Quanto a ti,
Lilith, não é preciso nada,
porque já te fizeste por outros modos
tuas próprias quedas,
perdendo-te
em meio a leites transformados
em pastagens
e em luzes
apalavradas que sempre acabavam
em masturbações e gosadas,
com outros
camaradas (iguais a ti), que se diziam
da vida vítima, mas que não
passavam de frustrados
e fracassados.