O espinho da flor

Perdão meu amor

Por feri-lo

Indiretamente, discretamente

Eu sei que a dor que se esconde

É a tortura que dilata minuciosamente

Perdão,

Por despi-lo

E trazê-lo pra mim

Silenciosamente, ansiosamente

Eu que sou o que não deveria ser

Que te quis, sem saber

Que te vi, me querendo

Me entrometi

No seu coração

Sem intenção

De te ver também sofrendo

Perdoe a voracidade do sentimento que nos liga

Que nos faz passar por cima dos limites

Pra juntos ficarmos

Perdoe a mim, meu amor

Que sou o espinho amargo e doloroso

E preciso de você

Para produzir a doçura do pólen

E florecer a beleza das pétalas.

Barbarística
Enviado por Barbarística em 31/03/2016
Código do texto: T5590676
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