CINEMA DE FELLINI

Nas tardes de março, sempre havia uma coloração rubescente

que se formava na concha azul do indessacralizável firmamento...

Ela no espaço urbanizado, em sua ( h ) ino/cência cotidianidade

rasgava a avenida dos insanos e famélicos olhares.

Outrossim, carregava no sorriso,

o título que se dá à moça eleita entre as mais belas.

Dotada de características e por vezes imaginária,algo que sugere

ou provoca, a entrada de ar nos pulmões, inspiradora !

Impregnando nos homens t(r) emores rápidos e involuntários

em consequência da sua majestática e eruptiva aparição passagem.

Seus cabelos, como velas ao vento, brincavam odisséias

no seu rosto velado/exposto/íncognito/ e agradavelmente descortinado...

Alguns dos homens , meros mortais, fixos na perenidade do instante...

Como se o pensamento fosse embarcações sem rotas

levadas em ondas radiotelegráficas,

vibrações e radar,

para o apogeu da detecção única ,

o pulso refletido

frenético e sereno,

agitado em calmaria

pelo objeto desejado, encantadoramente indecifrável,

drummondianamente claro enigma : mulher.

CARLOS HENRIQUE MATTOS
Enviado por CARLOS HENRIQUE MATTOS em 29/03/2016
Código do texto: T5589024
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