De Cabeça Virada

Queria
Como eu queria
Num dia qualquer, um domingo
Ou a mais cinzenta segunda
Perceber no seu olhar
Um brilho, chama, fagulha
Que me fizesse acreditar
Quando me diz
Voz embargada
Que está louco por mim
E que eu ouço calada
Duvidando, eu confesso
De sua loucura serena
Comedida, controlada

Eu, doida tão desregrada
Dessas que uiva pra lua
Desentendo seu mistério
Se é remédio ou terapia
O que norteia seu siso
Talvez eu devesse provar
Só pra retomar as rédeas
Das asas do meu juízo

Queria
Como eu queria
Lhe por em total desatino
Ver o trem do seu destino
Mudar totalmente de linha
Virar, enfim, sua cabeça
Como você fez com a minha

 
Este texto faz parte do Exercício Criativo - Falta de Juízo
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